sexta-feira, 19 de maio de 2023

And the Oscar Goes To...

Chegamos ao Século XXI, consagrando novos valores éticos e morais que alcançam todas as atividades humanas, inclusive a prática desportiva.

Em um mundo plural e absolutamente diverso, a homofobia e o preconceito, outrora tão presente em ginásios e gramados, não são mais tolerados, sendo para além disso, punidos com rigor, por ocasião de suas respectivas ocorrências. 

Nessa nova percepção de valorativa, posturas que até o Século passado, mais do que toleradas, eram aplaudidas, hoje, são objetos de repúdio, tamanha a incivilidade e incompatibilidade com o mínimo de preceitos éticos atualmente vigentes na culturas do esporte. 

A famigerada "Lei Gérson" (propaganda televisiva dos anos 1970, do cigarro Vila Rica, onde o Canhotinha – garoto propaganda – dizia que “gostava de levar vantagem em tudo”), outrora tão celebrada, não virou a passagem para o Século XXI  sendo olhada com bons olhos.

Se, na Copa de 1962, Nilton Santos foi celebrado por sua "malandragem", com aqueles passinhos que nos livraram da marcação de um pênalti, na partida contra a Espanha, o mesmo conceito favorável não teve Rivaldo, já em 2002, na ocasião em que levou às mãos ao rosto embora tivesse tomado uma bolada no estômago.

Essa "esperrrrrteza" parece não ser mais adequada e tolerada no esporte.

Ainda assim, ela acontece com alguma recorrência, contando com a complacência de autoridades que têm o poder/dever de punir seus autores.

Sendo que, a despeito do aludido repúdio que tais comportamentos têm merecidamente recebido na atualidade, parece que, para alguns jogadores ou, talvez, para alguns clubes, haja uma espécie de salvo conduto, onde essas ações são absolutamente ignoradas pelos árbitros de campo e de vídeo, não havendo também, qualquer reação dos tribunais esportivos.

Exemplo fidedigno do que ora se comenta, é o Jogador Gabriel Barbosa, o Gabibol, tal como assim é conhecido, mas que sua fama, para além dos gols que marca, também é composta de lances seguidos de simulação e agressões escondidas.

Na partida da última terça-feira (Fla-Flu, 0 a 0, pela Copa do Brasil), não foi diferente, de forma vil e absolutamente covarde, Gabriel pisou na canela do jogador adversário, fingindo-se de bom moço, em lance que todo estádio viu, bem como, aqueles que acompanhavam pela televisão, mas que, de forma inaceitável foi ignorado pela arbitragem.

Ainda, nesse mesmo jogo, em uma cena patética, digna de uma verdadeira ópera bufa, tamanho o ridículo que foi, Gabigol simulou com estardalhaço uma agressão supostamente praticada pelo zagueiro Manoel, só Fluminense, quando ele sequer o encostou.

Lembrando que, alguns dias antes, em idêntica cena de ator canastrão de quinta categoria, Gabriel conseguiu convencer o aparvalhado e tendencioso árbitro do jogo Fla x Bahia de que fora agredido no rosto pelo adversário, quando em realidade, o braço do zagueiro baiano resvalou no braço do centroavante Rubro-negro.

Ainda assim, Gabigol foi premiado pela sua “esperrrrrteza” e, o tricolor baiano terminou o jogo com dois jogadores a menos.

Diante disso, fica uma simples e necessária indagação: Até quando? Isto é, até quando teremos que tolerar esse tipo de comportamento, ou ainda, quando levantamos voz contra esse absurdo, somos chamados de chorões ou mimizentos?

Ora, se o cantado e decantado "Fair play" é valor essencial à disputa esportiva, fundamental seria que as condutas que caminham na direção absolutamente oposta sejam repudiadas e punidas. Essa é a nossa expectativa. Já passou da hora de Gabibol ser punido pela sua conduta anti esportiva e inaceitável, dentro dos gramados.

Do contrário, essa história de Fair play vira conversa para boi dormir e quem sabe, se não passa a ser mais uma das categorias do Oscar, a do troféu na categoria de Ator Cara de Pau.


TEXTO DE:

Advogado e Professor Marcelo de Carvalho, membro da Frente Ampla Tricolor

segunda-feira, 15 de maio de 2023

Tempos Modernos

Saí do trabalho com a missão de fazer a fé na Loto, pois organizo pequenos bolões com alguns amigos. Deixei o Sebo X e, em dez minutos, estava na minha agência lotérica preferida: rua da Relação, quase esquina com Gomes Freire.

Umas três ou quatro pessoas na fila única (algo sempre difícil para os brasileiros respeitarem) e, ao lado, um simpático botequim. Nele, uma televisão grandona com imagem de cinema.

Cinco e pouco da tarde. Leicester versus Liverpool.

Dois clientes com os olhos arregalados diante de todos os detalhes do jogo. As três ou quatro pessoas da fila da loteria, também. Um garotinho de bicicleta para pra olhar. Futebol é um acontecimento, amigos.

Falta para o Liverpool. No exato momento, com a fila parada, converso no WhatsApp com Catalano. Somos umas dez ou doze pessoas nos arredores da televisão. Todos estamos na espectativa do que vai acontecer.

A câmera dá um close em Salah o craque egípcio. É impressionante como as tevês de hoje têm definição de imagem espetacular. Bom, o craque balbucia algo para seu companheiro, na imagem seguinte sai uma cobrança de falta maravilhosa e um golaço do Liverpool.

As pessoas riem, ficam felizes com a bela jogada. Ninguém é Liverpool ali. Só o Catalano, no WhatsApp, é Vasco, Vasco, Vasco e depois Tottenham e Internazionale de Milano.

O gol faz bem às pessoas. Melhor ainda quando ali ninguém torcia para o time que levou o gol.

Num susto a fila anda, falo com as garotas da lotérica sempre atenciosas, faço o bolão e saio. Hora de ir pra casa, depois de mais um dia de luta.

Ainda dou uma espiada no botequim, vejo um ataque do Leicester, o Liverpool dá a resposta e, em poucos segundos, junto tudo aquilo e fico pensando em como a nossa maneira de acompanhar futebol mudou. Sou do tempo em que se colocava papel celofane colorido na tela da TV, para enxergar além de preto e branco. Internet? Nem pensar. WhatsApp? O máximo que tínhamos eram os narradores no radinho, fazendo das partidas verdadeiros épicos - felizmente o rádio está aí até hoje. Jogos de times europeus, a gente só sabia pela querida revista Placar.

Antes de derramar uma lágrima, sonho em poder ver muitas e muitas partidas ainda. Hoje são tempos modernos, mas o amor é de antigamente. E falando em tradição, nessa terça tem o jogo da minha vida: Fla x Flu no Maracanã. Já são quase cinquenta anos acompanhando esse jogo que parece interminável, onde cada partida é apenas mais um capítulo. E lá vou eu fazer o velho caminho Presidente Vargas + Praça da Bandeira + Avenida Pelé até a roleta, a inesquecível rampa da UERJ e o campo dos sonhos.

O tempo vai passando, mas seja numa linda TV de alta definição ou no Maraca, pertinho da grama, o futebol é bom demais. Não é só o jogo pelo jogo, mas muita coisa em jogo, feito aquela que hipnotiza os clientes da fila de uma lotérica com uma só imagem.


TEXTO DE:

@pauloandel

quinta-feira, 11 de maio de 2023

Rita Lee

 
Mais um grande ícone se vai. Rita Lee é desses artistas que podemos falar, falar e falar, será pouco para descrever a importância pra música e principalmente ao Rock Nacional.


Atitude, simpatia, antipatia, sem papas na língua, transgressora assim foi Rita...


Mulher empoderada e que já em tempos longínquos onde esse termo nem era proferido, ela botava o dedo na ferida de assuntos polêmicos e se destacava com sua música criativa e vivaz.


Desculpe o auê, mas o mundo atual não esperava por essa...


Descanse em paz!


TEXTO DE:

Marcelo Diniz