quinta-feira, 29 de outubro de 2015

A Persistência da Violência Contra o Enem na Sociedade Brasileira

Uma simples redação para uma prova de Enem, e você descobre que o brasileiro é capaz de causar violência até mesmo contra o bom senso e a inteligência.
Na verdade se fosse limitada toda essa polêmica apenas no tema da redação, eu até poderia ficar sem ser obrigado a postar nada por aqui, mas infelizmente eles romperam as barreiras.
O fato é que surgiu uma questão sobre uma filosofa francesa que eu confesso nunca tinha escutado falar. Sim, acredite, eu não sou tão intelectual quanto pareço, e você pode ver isso pelas minhas postagens desde o nascimento desta página.
Ela um dia falou que "mulher não nasce mulher, mas que a sociedade e todo o blá-blá-blá da sociedade transforma um ser castrado em mulher".
Muitos trogloditas logo acusaram se tratar de uma lésbica maluca que defendia ideias neo-anti-bolsonarianas, mas na verdade esse seu pensamento não se referia exclusivamente a homossexualismo mas realmente a todo esse blá-blá-blá citado acima, e que também não vou ficar aqui enumerando.
Resumindo, quando eu soube que haveria a prova do Enem ( que nem sabia que ia ser feito esse mês ), deitei minha xícara de café com avelã na mesa e disse a minha esposa:
- Qual será a polêmica deste ano neste tal Enem?
A verdade é que sempre desconfiei que existia um grupo anônimo de mal-intencionados que sonham com o fim do Enem.
Se são donos de faculdades, se são os iluminatti, se são até mesmo os klingons, eu não sei.
Somente sei que desde a criação do Enem, houveram roubos de gabaritos, falsificação de provas, escutas eletrônicas, ciborgues realizando provas no lugar de alunos, partos dentro das salas, aparições de fantasmas, abduções alienígenas, ataques zumbis, viagens no tempo, e o Tom Cruise explodindo tudo e dizendo "missão cumprida"...
Diante deste quadro brutal que se repete ano após ano, deixando um legado de memes de alunos ficando do lado de fora do portão, nasce uma questão muito séria e que deve ser respondida pelos especialistas.
Quem sabe esse até não pode ser o tema da redação do Enem 2016?
Então, me digam:

Até quando vai persistir essa violência contra o Enem na sociedade brasileira?

quinta-feira, 1 de outubro de 2015

De Flu, São Paulo, Fred e Fraternidade

Em 1993, eu então com 14 anos de idade, via o São Paulo FC chegar ao seu segundo título mundial de clubes de forma consecutiva.
Batia eu no peito e dizia que era torcedor do São Paulo FC. Foram anos de alegria e de glória.
Mas no ano seguinte, 1995, meus pais se separaram.
O que isso tem de haver com isso?
Nada!
Ou tudo!
Meu irmão e eu, sempre fomos muito unidos em tudo. Até mesmo nos momentos em que tramávamos os mais elaborados planos para confiscar R$ 1,00 da carteira do meu pai, sem que ele soubesse.
O que levava dois irmãos a criarem os mais inusitados planos para chegar até a carteira do pai e conseguir "se apossar" dessa fortuna?
Na época R$ 1,00 equivalia a 4 ( isso mesmo 4 ) fichas de fliperama!
Cansamos de morrer nas mãos de Tyrog, em Cadillacs and Dinosaurs, graças a estes 4 pequenos objetos de metal.
Até que a fase dos fliperamas acabou.
É necessário dizer que eu carregava comigo um costume que herdei do meu pai: ele se dizia Santos FC em São Paulo e Flu, no Rio de Janeiro.
Motivo: o Santos era sua paixão desde menino por causa da era Pelé, e a paixão pelo Flu veio por causa da proximidade que ele acabou tendo com o estado do Rio de Janeiro porque minha mãe é carioca.
A exemplo dele, eu era São Paulo por causa de Palhinha, Raí, e Zetti, mas ao mesmo tempo era Flu no Rio de Janeiro.
Foi nessa época que aqui no meu estado do Mato Grosso do Sul, a TV Band, passou a transmitir o campeonato carioca nas tardes de sábado e noites de quinta-feira. Quartas e domingos era dia de Corinthians...
Então, novamente a união entre meu irmão e eu entrou na história.
Meu irmão é flamenguista, e consequentemente, não poderíamos "disputar" o carioca com o São Paulo FC, foi aí, que para ter como disputar de forma justa no nosso Snes, ele sempre jogava com Flamengo de Romário e eu passei a jogar com o Flu do fraco Super Ézio.
Sim, fraco! Porque Flamengo tinha Romário, Fogão tinha Túlio Maravilha e Vasco tinha Valdir Bigode.
Para piorar naquele ano Ézio iria para o Galo Mineiro, e teríamos que se virar com o folclórico Renato Gaúcho...
Então veio a desgraça!
Em 1996, o Flu terminou rebaixado ao lado do Bragantino, porém os dois não disputaram a Série B em 1997, porque o escândalo Ives Mendes criou uma bagunça.
Descobertos tramando resultados Petraglia ( Atlético PR ) e Dualib ( Corinthians ), acabaram sujando a história daquele campeonato.
Para desviar o foco e não punir os dois clubes ( Atlético PR chegou a ser formalmente suspenso por 1 ano, mas não cumpriu ), resolveu-se cancelar o rebaixamento naquele ano.
Por quê?
Porque se punidos, Atlético PR e Corínthians teriam de jogar a Série B de 1997, então, a Imprensa resolveu jogar a culpa em Flu e Bragantino, acusando-os de virada de mesa.
Mas em 1997, o Flu resolveu "fazer justiça" e acabou novamente rebaixado ao lado do Bahia, Criciúma e União São João.
E não se dando por satisfeito, em 1998 acabou cando para a Série C.
Esta foi uma época de puro apagão.
Na época eu não tinha Internet, e não sabia nada que acontecia com os times que não estivessem na Série A.
Em 1999 só sei que o Flu ganhou a Série C.
Mas foi neste campeonato brasileiro, que o São Paulo ( olha a coincidência ), escalou um jogador ( Sandro Hiroshi ) de forma irregular e acabou perdendo pontos para Bota Fogo e Internacional.
Isso fez com que o Gama do Distrito Federal fosse rebaixado no lugar do Bota Fogo do Rio.
o Time de Brasília entrou na justiça comum, e a CBF acabou proibida de organizar o Brasileirão de 2000.
O Clube dos 13 assumiu esse papel.
Veio então o Brasileirão 2000 ( Taça João Havelange ) com 116 times divididos em 4 módulos.
Então o Flu fez uma campanha muito boa e depois disso não caiu mais.
Com exceção do caso 2013, que não vou falar sobre o caso porque envolve o Flamengo do meu irmão e a Portuguesa ( que eu peguei simpatia por causa do time que perdeu a final pro Grêmio, na época do exílio do Flu ).
Mas afinal, onde isso tudo que eu escrevi quer levar?
A um fato que pode parecer irrelevante, mas que para mim tem uma importância enorme.
Vocês lembram que eu falei que na época em que passei a seguir o Flu, ele era o único grande do Rio que não tinha um ídolo?
Você pode até questionar sobre o valor de Super Ézio e Renato Gaúcho, mas a verdade é que ficou no meu inconsciente uma orfandade em relação a Valdir, Romário e Túlio.
Tenho que dizer que larguei o São Paulo de estrelas como Raí e Palhinha e até Juninho Paulista, porque na época de 1995/96, alguns colegas de escola pressionavam sobre o fato de ter dois times, um em cada estado.
E como o São Paulo estava em alta e o Flu, em baixa, e também por causa "das estranhas tabelas que o goleiro Maizena ( América RJ ) fazia com o ataque do Flamengo" como diria o maravilhoso Januário de Oliveira, acabei escolhendo de vez o Flu.
Talvez seja a primeira vez na história da humanidade que um flamenguista acabou ajudando a criar um tricolor.
Faltava alguém para se tornar um tipo como Rogério Ceni era para o São Paulo, ou o Totti era para o Roma, e ainda são...
Então veio a Revolta de 2009!
Neste ano matemáticos, especialistas, jornalistas e até quem não gostava de futebol já dava o Flu como rebaixado ( de novo? ) pelo Brasileirão.
Mas em Março daquele ano, havia chegado ao Fluzão o atacante Fred, vindo do Lyon da França. Ele tinha sido jogador do modesto América MG e do Cruzeiro antes de ir para a França.
Ele veio com grande estardalhaço, mas se machucou e ficou grande parte daquele Brasileirão no estaleiro.
Mas voltou na reta final, como se substituído por um outro Fred.
O Fred do Lyon que havia chegado em Março, havia sido trocado pelo Fred que voltava em Outubro, e foi um dos responsáveis pela maior façanha de um time de futebol do mundo.
No dia 10 de Outubro de 2009, o estádio Bruno José Daniel viu o nascimento de um jogador que se colocaria na posição de tirar a orfandade de mitos do Fluminense.
Entre 10 de Outubro e 6 de dezembro, foram 13 gols em uma sequência de 11 vitórias, 4 empates e apenas 1 derrota.
O time além de permanecer na Série A, ainda foi vice campeão da Copa Sul-Americana.
Depois disso, Fred foi campeão em 2010 e 2012, pelo Flu.
Teve altos e baixos assim como já teve Totti no Roma, e Ceni no São Paulo.
Mas para mim, é sem sombra de dúvidas o maior mito da minha fase Fluminense.
Você pode até dizer que há outros mitos maiores do passado, e tudo o mais, mas precisa entender que eu só fui conhecer mais de perto o Fluminense de 1995 para cá, e por essas razões descritas.
Não fosse a proximidade com meu irmão, não fosse nossas noites de quinta em frente a uma TV velha assistindo os medonhos Flamengo e América ou Fluminense e Bangu, talvez até hoje eu estivesse assistindo o São Paulo de Pato e Ganso.
Só faltou dizer uma coisa: meu irmão e eu nunca conseguimos passar por Tyrog em Cadillacs and Dinosaurs.
Mas um dia ainda acharemos esta máquina e faremos isso.
E que mesmo com parte da torcida ainda torcendo o nariz para ele, que Fred fique muitos e muitos anos no Fluminense.
E que meu irmão e eu tenhamos muitos e muitos reais para comprar fichas o suficiente para vencer o perigoso Tyrog...