terça-feira, 19 de setembro de 2023

Felipe Massa em Cheque

Felipe Massa decidiu; depois de 15 anos, reivindicar o título que perdeu na temporada de 2008 alegando sabotagem. Por meio de seu corpo jurídico já enviou notificações extrajudiciais as instituições que comandam a F1, que são elas: Federação Internacional de Automobilismo (comanda as regras esportivas e técnicas) e a Liberty Group (comanda os direitos comerciais).

Sabe o que vai dar isso? NADA!

Literalmente nada. Só será perda de tempo e dinheiro, por parte de Massa

O momento crucial para Massa ter tentado algo, seja por meios legais ou até uma tentativa de acordo era a temporada de 2009, ano seguinte ao escândalo quando Nelsinho Piquet; magoado por ter sido demitido da equipe Renault decidiu "vomitar" tudo o que aconteceu naquele pré e pós GP de Cingapura de 2008, onde ele foi, segundo Piquet, coagido a bater de propósito para beneficiar Fernando Alonso que tinha largado nas últimas posições, a ganhar aquele GP.

A moeda de troca para Nelsinho fazer tamanho asno era a promessa (cumprida!) de renovação de contrato para o ano seguinte. Em 2009 o escândalo foi feito, a Renault perdeu contratos de patrocínio, Flávio Briatore banido do circo da F1 e Nelsinho Piquet praticamente com as portas fechadas nas equipes, onde ele foi desbravar outros caminhos automobilísticos.

Reforço que Felipe Massa deveria ter agido com veemência naquele ano de 2009, estava tudo recente e no fogo da situação ele teria muito mais chances de pleitear algo.

Mas ele preferiu não fechar as portas, porque era isso que poderia acontecer com ele na medida que ele pleiteasse o título de 2008.

Ainda mais que Massa não perdeu aquele título naquele GP de Cingapura. Naquele mesmo GP, quando houve a batida de Piquet, Massa assim como todos do grid (exceto Alonso, que coincidência!) partiram para o pit stop, sendo que a Ferrari (equipe de Massa na época) errou grotescamente deixando presa no carro a mangueira de combustível.

Massa perdeu o seu título no GP da Hungria daquele ano, onde estava partindo para a vitória quando o seu motor Ferrari explodiu faltando poucas voltas para o fim da corrida. 

Portanto, o Massa fez uma temporada brilhante em 2008, ganhou o titulo por alguns segundos no último GP de Interlagos até o momento que Hamilton ultrapassou Timo Glock.

Massa merecia ganhar assim como Hamilton, pois aquela temporada foi de tirar o chapéu em termos de competição.

Mas o real campeão foi Lewis Hamilton. Não podemos ser pachequistas e não nos atentarmos aos fatos.

Em nada vai tirar os méritos do bom piloto que foi Felipe Massa, da carreira digna que ele fez na F1, poucos pilotos fizeram uma trajetória longuíssima como ele fez; junto com Barrichello foi os melhores pilotos brasileiros no pós-Senna. Massa tem que se largar desse passado e viver para frente.

TEXTO DE:
Thiago Muniz

sexta-feira, 8 de setembro de 2023

System of a Down

System of a Down (às vezes abreviado como SOAD ou System) é uma banda de metal alternativo armeno-americana formada em Glendale, Califórnia em 1994. É composta por Serj Tankian (vocais, teclados, guitarra), Daron Malakian (guitarra, vocais), Shavo Odadjian (baixo, vocais) e John Dolmayan (bateria).

O System of a Down teve sua grande chance em 1997 quando o mega produtor Rick Rubin, motivado pelo boca-a-boca em torno dos shows, assistiu à banda no Viper Room. Ele se impressionou o suficiente a ponto de oferecer assinar com o grupo para a American Recordings após uma quarta fita demo ser enviada para gravadoras.

O System of a Down se viu livre para botar as mangas de fora. Nenhum tema estava proibido: as músicas falavam sobre o genocídio armênio, extremismo religioso, escândalos de pedofilia na Igreja, programas de lavagem cerebral da CIA, além da cultura de drogas no Ocidente.

O álbum de estreia, também chamado “System of a Down”, saiu dia 30 de junho – antecipado pelo single “Sugar”, lançado 24 de maio. A capa trazia uma imagem tirada de um pôster antifascista distribuído pelo Partido Comunista da Alemanha e criado pelo artista visual John Hartfield. O pôster original carregava o slogan “Uma mão tem 5 dedos! Com esses 5 agarre o inimigo!”.

Ao longo dos dois anos seguintes, enquanto o nu metal ascendia ao mainstream, o System of a Down continuou a crescer graças ao seu disco de estreia, culminando no sucesso enorme de seu segundo álbum, “Toxicity”, lançado em 2001. 

O grupo seguiu essa onda lançando mais três trabalhos extremamente bem-sucedidos – “Steal This Album!” e a dupla “Mesmerize” / “Hypnotize” – antes de entrarem em hiato em 2006. Eles retornaram para shows aqui e ali, mas o legado já estava estabelecido.

Serj Tankian está sempre ocupado. Ele participou de uma revolução na Armênia, ajudou a trocar o governo do seu país por outro mais democrático em 2018, fez um filme sobre isso, reuniu o System of a Down após 15 anos para denunciar "crimes de guerra" do Azerbaijão em 2020 e também lançou um EP solo.

Ele admitiu que tentou gravar com o System as músicas do novo EP solo, mas não deu certo.

Defendeu o ativismo no rock e alertou que não basta "escrever e postar"; é preciso se envolver.

Falou de fãs que piram com "Chop suey" sem entender a letra veloz e lembrou que ele também não entendia as letras do Rage Against the Machine quando era mais novo.

Mas, depois de todo esse tempo, diz que fica chocado quando fãs rejeitam ou desconhecem seu ativismo nas letras.

Contou como o System voltou de repente com duas músicas após 15 anos, denunciando a "catástrofe humanitária" na guerra na Armênia.

Disse que essa volta aumenta a esperança de um disco novo da banda, mas não garante. Falou do elo com o Sepultura, a "explosão" do Rock in Rio, e riu do meme "System of a Dilma".


TEXTO DE:
Thiago Muniz

O Apocalipse Real e Atual

"Father, into your hands I commend my spirit..." (CHOP SUEY; System of a Down, 2001)


Vivemos num caos, onde num mesmo perímetro assisto uma pregação de um grupo neo-pentecostal enquanto metros a frente vejo um pitbull agonizando em estado pré-letal.

Vivemos no total abandono social e racial, onde quanto mais se alarma mais se vocifera o ódio com a certeza absoluta da impunidade. 

Vivemos no completo descaso público da inversão moral, onde vemos pessoas clamando por um prato de comida e um teto pra dormir com dignidade. Em vão. 

Vivemos no senso crítico da maldade gratuita, com pseudo-influenciadores destilando hostilidade com pessoas aleatórias na mais absoluta certeza da viralização virtual.

Vivemos no completo desânimo da pirâmide psico-social; com vertentes de ideias ressurgindo das margens do esgoto urbano. E o pior, angariando mais seguidores para o rito apocalíptico. 

Vivemos...


TEXTO DE:

Thiago Muniz

quinta-feira, 7 de setembro de 2023

Os Trapalhões


Quem viveu entre os anos 1975 e 1995, no Brasil, dificilmente se esquece de "Os Trapalhões".

O programa de humor foi ao ar, pela primeira vez, na TV Tupi em 1975, mas cerca de dois anos depois estreou na Rede Globo, onde ficou até ser encerrado. A atração era liderada por Didi, Dedé, Mussum e Zacarias, que protagonizavam esquetes de situações cotidianas recheadas de um humor pastelão que agradava às crianças e de tiradas ácidas que alcançavam os adultos.

O quarteto também foi um fenômeno nos cinemas brasileiros, tendo alguns de seus filmes atingido a marca de mais rentáveis de todos os tempos.

Eu associo Os Trapalhões com Os Beatles, era o quarteto com o encaixe perfeito no mais perfeito sincronismo artístico possível. Teve o auge mas também houve o declínio, principalmente a partir do primeiro falecimento trapalhão. Talvez tenha alcançado o ápice midiático pleno em sua época por dominar com louvor todas as plataformas disponíveis, principalmente no cinema e televisão, conquistou um público fiel e potencial consumidor da sua marca. Isso eles atingiram num período onde não existia o embrião do algoritmo da internet, e mesmo assim atingiu indicadores recordes de números insuperáveis nos dias de hoje. 

Renato Aragão foi a mente pensante dono da marca, o cara que colocava o capital investidor com os empreendimentos artísticos; então se colocava no direito de ser o protagonista célebre dos projetos, e isso é evidente no cinema e TV com as principais cenas e roteiros sendo direcionados para ele. Para existir "Os Trapalhões" em prática tinha que existir Renato Aragão porque era ele quem botava a cara a tapa na questão fator risco, porque todo e qualquer investimento há o risco. Poderia ter sido mais generoso com trio DEMUZA? Sim! Mas ele teve seus motivos para isso. Por tudo que contribuiu ao cinema nacional poderia ser melhor reverenciado, mas preferiu seguir o caminho da ocultação do Tik Tok, escolha são escolhas.

Dedé Santana veio da escola do circo e na engrenagem do quarteto soube com maestria aplicar a arte de ser o escada das piadas. Eu faço a analogia daquele brilhante meio-campo ofensivo que arma a jogada para o excelente passe ao atacante fazer o gol; esse é o artista Manfried Santana. Um grande ator que fez uma bela dupla com Renato Aragão e soube dirigir com maestria alguns filmes do quarteto.

Antonio Carlos Bernardes Gomes nasceu no morro da Cachoeirinha mas fincou raízes no morro da Mangueira, sua "terra natázis". Seu ofício artístico oficial foi na arte do samba como Carlinhos do Reco-Reco no famoso grupo "Os Originais do Samba" mas com sua vêia artística o fez ser batizado de Mussum por nada mais nada menos que Grande Otelo numa cena em plena Escolinha do Professor Raimundo, o que depois chamou a atenção de Dedé Santana que o convidou-intimou para integrar os Trapalhões. No começo relutou em largar o samba como seu ofício principal, mas chegou um momento da vida que o humorismo falou mais alto e bancou financeiramente a sua vida. Mesmo assim nunca largou o samba e a Estação Primeira de Mangueira, era um grande incentivador da educação e um dos co-fundadores do projeto Mangueira do Amanhã. Anos depois de sua morte se tornou uma marca cult para o grande público.

Mauro Gonçalves, o Zacarias; era o ator do quarteto, no bom sentido da palavra. Fez bons projetos antes da fama eterna mas só atingiu a fama nacional quando abraçou o papel de Zacarias. Caiu nas graças do grande público e principalmente das crianças, o que acabou agregando ao seu perfil discreto perante a mídia, e de fato ele era o mais recluso mas o seu carisma fazia com que todos o amassem, tanto é que a sua morte repentina em 1990 fez com que abalasse as estruturas e Os Trapalhões nunca mais foi o mesmo depois de sua passagem. Um brilhante artista que só é lembrado por quem de fato acompanhou essa época.

TEXTO DE:
Thiago Muniz