sexta-feira, 28 de abril de 2023

Decadence sans elegance

TEXTO DE: Antonio Gonzalez

Decadence sans elegance

Estarão os amantes (eu sou um deles) das músicas do Lobão dizendo que eu errei no titulo deste texto.

Afinal de contas, o nome da canção é “Decadence avec elegance”, que na tradução significa decadência com elegância.

O problema senhores é que o Fluminense incomoda.

Se sempre importunou a torcida arco-íris (criada em 1976, por ocasião do nosso jogo contra o Corinthians – jamais foi invasão) mesmo nos tempos de vacas magras, imagina agora que acaba de conquistar o bicampeonato carioca, que está voando na Copa do Brasil e na Libertadores, jogando não só o melhor futebol do Brasil na atualidade. Arrisco inclusive a dizer que, nos dias que correm, poucas equipes do mundo tem a organização e o volume de jogo do Tricolor.

Ora senhores, somos motivos de inveja.

E nesta semana, a ciumeira tem nome próprio: os torcedores (órfãos do euriquismo) do decadente Clube de REGATAS Vasco da Gama.

Isso é fato!

Começando pelo Jornalista Fábio de Azevedo, Professor Universitário, mentiroso que nos acusa de racismo. Pobre rapaz (que já alimentou a sua família graças ao dinheiro que ganhava quanto trabalhou na assessoria de imprensa do Fluminense)!

Como bem defini, um bobo que cuspiu no prato que comeu. Recebeu algumas aulas de História (uma delas de minha parte) que abriram os seus olhos para que clube realmente abraçou o Nazismo através de uma torcida organizada e o Fascismo – basta entender o que acontecia no Distrito Federal, nos anos 1930 e 1940.

Por outro lado eis que surge a figura do Engenheiro de Produção, Rony Meisler, CEO da Reserva, marca de roupas, que também nos acusou de racismo. Deu um chute na própria cabeça e um tiro no saco. De saída, perdeu o contrato que tinha com o Tricolor das Laranjeiras. Outro desinformado ou outro mal intencionado ou outro invejoso ou todas as respostas anteriores.

E me perdoem a piada, mas o CEO não serviu nem para ficar na RESERVA.

Mas o que está acontecendo com os vascaínos?

Tanto lhes incomoda o sucesso do Fluminense?

E para culminar hoje aparece o iluminado Fernando Lira, vulgo Zé Colmeia, figurinha carimbada como parça do Romário no início deste século. Para quem não sabe o significado de parça, eu explico: não passa de um bajulador, pessoa sem estofo e sem conteúdo.

Hoje, esse “inteligente cidadão” gravou um vídeo (produziu e divulgou prova material contra si) ameaçando de forma violenta a torcida do Fluminense, por causa da carga de ingressos que o Clube de REGATAS Vasco da Gama receberá para a partida do próximo dia 6 de maio, em que o Tricolor será o mandante. Alerta e prega o elemento que para que o jogo do 2º turno, se implante o terror contra os nossos torcedores na Barreira do Vasco, dizendo que “o terror começa na Cancela”.

O dia em que tamanho for documento, ser humano não corre de barata. Quem milita no meio dos movimentos organizados sabe que esse Zé Colmeia tem menos atitude do que qualquer Catatau.

Conclusão: No final da tarde o Clube de REGATAS Vasco da Gama, lança uma emotiva nota, onde literalmente pede arrego e exalta a paz no futebol.

Portanto meu caro João Luiz Woerdenbag Filho (esse é o nome do cantor Lobão), perdoe-me a ousadia, mas no caso do Clube de REGATAS Vasco da Gama a melhor definição é: “Decadence sans elegance”...

Ou seja:

DECADÊNCIA SEM ELEGÂNCIA!!!

No mais meus caros Fábio Azevedo, Rony Meisler e Zé Colmeia, fica o conselho:

FAÇAM O L.

quinta-feira, 6 de abril de 2023

Que Horas Ela Volta?

 

É recorrente ouvir que a empregada é “parte da família”, depois de tantos anos convivendo e criando os filhos dos patrões. Entretanto, quando as relações extrapolam os vínculos empregatícios o posicionamento do patrão sobre “quem dá ordens” e “quem recebe ordens” é bem claro.

Essa construção socioespacial da casa burguesa está intimamente relacionada às barreiras e divisões sociais, sendo desde sempre setorizada em área social, íntima e de serviço. A área social é destinada aos moradores e às visitas, enquanto a área íntima é o espaço privativo dos moradores, por onde os empregados circulam somente para servir e limpar. Na área de serviço estão todos os ambientes que garantem que a casa funcione: cozinha, lavanderia, estendal e o dormitório de empregados.

A luta do nordestino por um espaço, seja na cidade, na casa ou no ensino superior, é representada pela personagem de Jéssica de maneira muito assertiva: ao aceitar os convites para ocupar o quarto de hóspedes e se sentar na mesa de jantar na casa dos patrões da mãe; o foco para conseguir uma vaga na FAU-USP, um curso extremamente elitizado; até o enfrentamento aos mandos da patroa.

Um fluxo contrário aos processos de gentrificação, apresentado no enredo pelo exemplo de reestruturação do Largo da Batata, uma região historicamente marcada pela dinâmica comercial de famílias nordestinas que, após a “revitalização” da região, são expulsas para a periferia, onde os recursos são escassos, as condições de moradia são precárias e o acesso ao trabalho exige horas de deslocamento.

Com a luta pelo direito das trabalhadoras, que culmina na sanção da PEC das domésticas em 2015, a classe média é obrigada a se adequar aos novos tempos – a partir de então, ter uma empregada doméstica diariamente ficou inacessível para esse público e é mais frequente que contratem o serviço alguns dias por semana.

Assim, o “quartinho da empregada” fica cada vez mais raro no programa da casa brasileira, embora ainda faça parte das casas e apartamentos de alto luxo, para gente que acha fundamental ser servido 24h, em condições deploráveis: mal iluminado, mal ventilado, disfarçado de depósito para fins de aprovação do imóvel. 

"Que horas ela volta?” é um resumo da complexa dinâmica vida social brasileira ao longo do território, seja no âmbito da casa ou da cidade. Assistir ao filme é sempre um convite à reflexão!


TEXTO:

Thiago Muniz

sábado, 1 de abril de 2023

Elemento Feminino na Luta pela Independência na Bahia

 

Retrato de Dona Maria Epifânia de São José e Aragão, nobre matriarca baiana, irmã do Visconde da Torre (da linhagem de Garcia D’Avila), herdeira de uma fortuna incalculável

Dona Epifânia usava um grande bigode que pode ser apreciado na sua real densidade em retrato, pintura a óleo, que faz parte do acervo do Instituto Geográfico e Histórico da Bahia.

Na tela, aparece ostentando um manto característico das imperatrizes e muitas joias de valor incalculável. Era filha de José Pires, Senhor dos Engenhos Cazumbá, Passagem e Nossa Senhora da Conceição, e que chegou a residir no hoje Solar do Unhão.

Maria Epifânia, a mulher de bigode, casou-se com um primo, como era habitual na época, o capitão-mor Antônio Joaquim Pires de Carvalho e Albuquerque, filho do capitão-mor, seu homônimo. Foi Dama de Companhia da Imperatriz Leopoldina, e de Dona Teresa Cristina até sua morte em 1855.

Durante a Guerra da Independência da Bahia, ajudou a seu marido o capitão-mor Antonio Joaquim Pires de Carvalho e Albuquerque que comandava três Companhias de Voluntários e muitas Ordenanças, nos trabalhos da Campanha, acompanhando-o para onde ele marchava e com encargo especial de fazer distribuir munição necessária, de preparar e distribuir os víveres que à custa de sua fazenda mandava dar seu Marido à gente do seu Comando e em distribuir armamento a quantas pessoas concorriam ao Quartel, sendo inclusive ferida em uma perna por tiro de espingarda. Não deixou descendência.


Ilustração

Óleo sobre tela. Sem autoria e data. Acervo Instituto Geográfico e Histórico da Bahia.


FONTE:

Thalita de Oliveira Casadei