MALUNGUINHO
“A chave do cativeiro, virado no Exu Trunqueiro
Viradouro é catimbó, Viradouro é catimbó
Eu tenho corpo fechado, fechado tenho meu corpo
Porque nunca ando só, porque nunca ando só”
(Refrão Viradouro 2025)
Em busca do quarto título, a Unidos do Viradouro levará “Malunguinho: O Mensageiro de Três Mundos” para a Marquês de Sapucaí ao contar a história da entidade afro-indígena que se manifesta como Caboclo, Mestre e Exu/Trunqueiro.
Com assinatura de Tarcísio Zanon, o enredo retorna a primeira metade do século XIX, no estado de Pernambuco, no nordeste brasileiro, onde o quilombo do Catucá era foco de resistência e viu seu último líder, João Batista, o Malunguinho, ser duramente perseguido por seus atos libertários.
Malunguinho é uma entidade afro-indígena que aparece em terreiros de Umbanda, Catimbó e Toré, principalmente no Nordeste do Brasil. Ele é inspirado na figura de João Batista, líder do Quilombo de Catucá.
Malunguinho é representado como um caboclo, mestre e exu. Ele é o dono da chave mágica para abrir senzala e fechar o corpo de quem pede proteção.
Malunguinho era conhecido e temido por todos os senhores brancos, pois tinha a coragem de libertar escravos abrindo portas de cativeiros e senzalas, destrancando correntes que aprisionavam os seus irmãos de cor.
Como se sabe, onde havia escravidão no Brasil havia fugas, tanto individuais como em grupo. Mas um quilombo de verdade é uma comunidade com um mínimo de estabilidade, exigindo para isso grande capacidade de organização e adaptação.
Imagine um líder quilombola lutando contra senhores de escravos e tropas imperiais na primeira metade do século XIX.
Seu nome? Malunguinho.
E em 1827, o governo da província de Pernambuco colocou sua cabeça a prêmio, na maior operação contra quilombolas na região, desde a destruição de Palmares, em 1695.
TEXTO DE:
Thiago Muniz
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