quarta-feira, 5 de fevereiro de 2025

Carnaval 2025 - Viradouro

MALUNGUINHO

A chave do cativeiro, virado no Exu Trunqueiro

Viradouro é catimbó, Viradouro é catimbó

Eu tenho corpo fechado, fechado tenho meu corpo

Porque nunca ando só, porque nunca ando só

(Refrão Viradouro 2025)

Em busca do quarto título, a Unidos do Viradouro levará “Malunguinho: O Mensageiro de Três Mundos” para a Marquês de Sapucaí ao contar a história da entidade afro-indígena que se manifesta como Caboclo, Mestre e Exu/Trunqueiro.

Com assinatura de Tarcísio Zanon, o enredo retorna a primeira metade do século XIX, no estado de Pernambuco, no nordeste brasileiro, onde o quilombo do Catucá era foco de resistência e viu seu último líder, João Batista, o Malunguinho, ser duramente perseguido por seus atos libertários.

Malunguinho é uma entidade afro-indígena que aparece em terreiros de Umbanda, Catimbó e Toré, principalmente no Nordeste do Brasil. Ele é inspirado na figura de João Batista, líder do Quilombo de Catucá.

Malunguinho é representado como um caboclo, mestre e exu. Ele é o dono da chave mágica para abrir senzala e fechar o corpo de quem pede proteção.

Malunguinho era conhecido e temido por todos os senhores brancos, pois tinha a coragem de libertar escravos abrindo portas de cativeiros e senzalas, destrancando correntes que aprisionavam os seus irmãos de cor.

Como se sabe, onde havia escravidão no Brasil havia fugas, tanto individuais como em grupo. Mas um quilombo de verdade é uma comunidade com um mínimo de estabilidade, exigindo para isso grande capacidade de organização e adaptação.

Imagine um líder quilombola lutando contra senhores de escravos e tropas imperiais na primeira metade do século XIX.

Seu nome? Malunguinho.

E em 1827, o governo da província de Pernambuco colocou sua cabeça a prêmio, na maior operação contra quilombolas na região, desde a destruição de Palmares, em 1695.


TEXTO DE:

Thiago Muniz

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